domingo, 1 de agosto de 2010

Nem tão fútil assim

Essa maravilhosa ânsia
não me satisfaz
ao roer os meus ossos
não passo de um ser humano
com olhos de falcão
para as dores e receios
meus sentimentos desleixados...
cintilam como o ópio na cabeça
como um rugido noturno
frenético e delirante
não sou um céu de diamante
se meu sol não brilhar
se meu povo não chorar
não há motivos
não há sentimentos que me cale
mas não me façam falar
o mundo não o quer
meus lábios pálidos espremem-se
à arte de calar, à arte de saber
devotado do ardor sem dor
me mantenho assombrado
pela mente elucidada
que faz a carne queimar
a alma chorar...
os sentimentos são mais fortes
a razão por si é consequência
das frustrações proporcionais
aos sonhos
e o que sinto no fundo, rasgando a pele
é desejo de ser o seu desinteresse
mais sincero,
assim eu sonho em te mostrar
seus olhos arregalados aos desejos
mais loucos que posso oferecer.
ao cajado que te penetra eu quero o
sangue que te rega.
sinta o delírio nos olhos teus,
febril lhe entrego à loucura.