domingo, 30 de agosto de 2009

O Curupira Moderno

O pé no chão, frio, o nariz escorrendo, desobediente e muito esperto. Diria que é um curupira do mundo moderno. Vive na natureza, sem escrúpulos ele faz o que quer. Ele mora com os pais, um senhor de quase 90 anos e uma mãe mais nova, simples, aquelas típicas mulheres da roça, mineira e que faz uma comida sem igual. Mas voltemos ao foco, o nosso garoto curupira. O nome dele é João e com seus oito anos de pura natureza ele anda muitas vezes como veio a Terra, sem roupas no meio de todos os outros que ali habitam e têm suas casas de veraneio. O local fica perto de um rio muito conhecido, o São Francisco, vulgo Velho Chico, onde existem ranchos e chácaras em sua beira. Esse garoto e sua família moram ali, como algumas outras famílias também.
Junto com os pássaros o garoto acorda todos os dias ao brilho do sol clareando sua janela já aberta para o orvalho da madrugada refrescar seu corpo sem roupa, da mesma maneira que dorme, acorda e fica o dia inteiro. Seus pais não conseguem ter muita autoridade sobre o garoto que faz o que quer a hora que quer. Vive pegando as galinhas e os outros animais e aterrorizando seus habitats com seu jeito moleque de ser. Não tem muito convívio com outras crianças, frequenta escola, porém sem muitos amigos ele vive mais nas salas dos coordenadores e diretores do que em qualquer outro lugar. Mas não culpamos a sua falta de amigos para seu jeito de ser. Ele viveu sem regras seus 8 anos e agora o mais difícil é fazer ele seguir qualquer outra maneira de viver. Vamos dizer que ele vive como poucos nesse mundo moderno. Vive como quer, vive com a natureza e raramente o vimos doente, penso que até os vírus, bactérias e qualquer outra coisa que causa doenças leves não conseguem habitar seu corpo movimentado. Uma saúde invejável e uma liberdade são vistas em lugares como esse, que nos dias que estamos não achamos tão fácil.
Falando de liberdade podemos dizer que essa tal liberdade trouxe a ele muitos problemas, principalmente o de viver em uma sociedade “comum” e ter os ensinamentos que ma criança de sua idade deve ter. Mas o lado bom de ver um garoto como esse, nativo, não um índio, impossível ser um índio, mas o garoto chega muito perto disso, com seu convívio natural e seu jeito de ser. Longe dos videogames,computadores e influências de televisão e ilusões feitas por programas totalmente comerciais para alienar nossas crianças de hoje. Crianças que ao ver todas essas ilusões e a realidade de seus pais, se comportarem como legítimos “revoltados modernos”. O nosso curupira longe disso tudo não consegue perder 10 minutos vendo tv, mas ganha horas e horas andando descalço e realmente vivendo a natureza dos bichos e ele não é selvagem, ele só vive como quer e o bom desse convívio de que ele pode passar um pouco do que é viver de verdade para seus pequenos e poucos amigos. Quem sabe essas crianças no lugar de ridicularizarem o “garoto-da-roça”, passam a admirar seu modo de viver e ver as coisas, um modo natural e com os olhos de falcão vendo agora o mundo fora de seus matos e terras. Ele se sente com nostalgia do mundo, mesmo muito criança ele já entende que o verdadeiro viver é o dele e quando vai chegando o horário de ir embora seu sorriso vai florescendo e seus tênis desamarrando, logo ele estará junto de seus animais e respirando o ar que todos precisam. Simples ele tem mais vida do que todos nós.
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Faz alguns dias que não posto. Não é falta de idéias, juro.
Esse final de semana eu fui ao rancho e esse texto foi inspirado em um garoto que mora lá perto.
90% do texto é verdadeiro e o restante são idéias e ficções minhas.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

-sem título-

Gosto de escrever, para que me leiam eu gosto que me leiam...
Gosto de escrever... Eu gosto dos gostos simples...
Gosto que entendam meus pensamentos.
Formas diversas de pensar expressadas nas letras
Nos versos livres, nas embaraçosas linhas.
Não lido, me quero no papel outra vez.
Mal lido, me cobro a caneta outra vez.
Esboço sorrisos nos rostos dos leitores,
Amores, dores, corações, sonhos e desejos
Papel, caneta e letras.
O homem oculto por trás da tela escreve
É com o coração, e suas fontes... Ah! Diversas,
Rastejam pelo seu cérebro querendo um pouco de espaço.
Os olhos rubros do sono elucidado pelas 30 horas acordado
Sons ainda batem nos ouvidos,
Na música a vontade de escrever.
No sono... a vontade de sonhar.

Prazer, esse sou eu e a minha louca necessidade de um papel e caneta!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cicatriz do Destino.

Sentia-se uma Eva
Gastando os brilhos de seus olhos
Ela procurou,
Cadê teu Adão?
O mundo, como ela queria
O mundo...

O amor como ela quer,
Não acha.
Simples dor, enlouquece

Não termina como uma história
De filme...
Não se sente bem para esquecer,
Esquecer que a felicidade nunca,
Nunca está ao teu lado

Ela pula... Caindo ela vê tua vida
Em dois segundos,
Avistou um longo caminho escuro
Triste, esborrachou-se no chão
E o mundo que admirara não a viu

Sua vida esgotou, fim da linda...
Os olhos fecham, sem dor ela sorriu
Viver e morrer sem seu Adão,
Teu destino foi esse, e o ponto final
Ela que colocou!

domingo, 23 de agosto de 2009

Chuvosa Tarde

No meu rosto
A água da chuva cai
Como as lágrimas do céu

Não sinto nada,
A alegria do caminhar
Com os pés descalços
Sentindo o chão gélido

E ao se preocupar comigo
Realizo todos os desejos
Seus abraços, seus lábios...
Seu beijo.

O eclipse nos meus olhos
Denunciam o amor prodígio
O amor que por ti
Acaba de me transformar
Em vento.

O vento frio que
Arrepia e congela sua espinha
O vento que te traz a lembrança
Dos abraços, dos lábios...
Do beijo.

A arte de amar é insuperável
Amar é assim,
Ser feliz por tudo,
Brigar e reconciliar

O reflexo da sua companhia
É como a unha cravada na pele
Intensa e fervente lembrança
Moribundo eu me sinto ao se despedir
Não se despeça mais, então

Sem precisão, o amor basta
E nessa tarde chuvosa
Seu abraço e um sorriso
E com mãos dadas o guia é
O coração!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Janela da Vida

“Detesto os insetos entrando pela janela." – Disse a si mesmo o garoto com sua roupa de dormir, já rasgada pelos anos de uso.
Sentado no chão apoiado na cama rota fazendo o que mais gosta: Escrevendo. Levantou com os pés descalços e foi fechar a janela e olhou a rua, viu o mundo todo ali, em um quarteirão apenas. Com um ar de desconfiança ele reparou em tudo o que pôde, pensou que seus pensamentos jamais se encaixariam aos daqueles tantos seres distintos, mas tão comuns ao mesmo tempo, causando estranhas impressões. Não havia nele um desprezo por todas essas pessoas, havia um certo receio por todos os que viviam superficialmente.
O mundo inteiro passou em sua mente, pensamentos sobre tudo o que ocorre nas diferentes civilizações. Exausto de problemas e sua cabeça, o garoto já cansado do marasmo. Pensando que não fez nada de mal a alguém na tua vida, mas também não fez nada de bem. Tristes pensamentos de que não fez diferença alguma a vinda dele pra esse mundo, talvez o início de tudo, ou o fim... Os mistérios da vida são complexos demais pra serem descobertos, pensou ele o que seria da morte. Nostálgica tarde, pensamentos triste, ruins. Mal agouro em seu peito. As lágrimas pesando toneladas escorreram por seu rosto liso, brilhando, refletindo os holofotes do mundo e o garoto, simples sonhador e agora tão triste criança, fez desse minuto um mundo só seu, contemplando os segundos. Tratou a imagem que tão machucava seus olhos, virarem paisagem. Cansou-se de dores solitárias. Com seu sangue fervendo jurou fazer a diferença, com seus punhos cerrados socava a parede a sua frente até sangrar suas mãos e aí pareceu o começo de uma nova vida. Mas, seus sonhos distantes de sua realidade de filho de comerciantes-sem-sucesso o limita à apenas poder desejar conhecer e mudar o tudo. Toda a sabedoria do mundo ele guardava nos livros de sua estante. E todos os sonhos distantes eternizaram-se no coração do garoto. Baixando a cabeça, viveu aqueles minutos, viveu como quis. Ajoelhou e chorou e desejou a felicidade, quis correr do inferno visto pelos seus olhos e apenas pôde aqui escrever essas humildes palavras, e que elas apenas mude você, leitor. As lágrimas ainda me escorrem o rosto e meus dedos doem, a caneta toma seu rumo e se você aqui sentiu a identificação, fuja então do mundo. Existe algo melhor para nós.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Casual Solidão

As palavras dançam na minha frente
Poesias fazem parte de mim
A caneta já sem pegar de tanto uso
Denunciam as carências de minha n noite

As noites caladas agonizando uma companhia
A falta de sono por culpa do tédio
è apontada para a xícara de café
E a mão suada nesse inverno, ansiedade

O relógio parado declara a madrugada
A madrugada calada declara a solidão
Palavras como refúgio do poeta calado
A aurora é a porta do esperançoso

O vindo doce clareando a vida desabada
Desnecessárias as águas jorradas dos olhos
A impressão causada pelo portão fechado
Incomoda a vida do curioso.

sábado, 15 de agosto de 2009

Inconsciente

Amargo a dor
No meio fio
Até a morte,

Calafrios,

Emaranhando os cabelos suados
Jogados aos olhos
Nus e puros...

O Relógio já parado,
Bate como meu coração sem você.
Ausente vida, simples e dolorida.
Hoje então,
Morte.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quero os desejos teus.

Você chega,
Em mim desvenda um amor
Que nunca sonhei ter.
O tesão classificado no mar
De tua boca.

Me fez amar,
Senti-me feliz, juro.
Leveza essa que encontro
Ao mirar os olhos teus.

Ternura,
Simples desejo insano.
Sonho louco, num livro
Mágico. Num sonho louco

Desdobrando paixões
Revestidas de santidade,
Louco, como o sol
Que te queima a pele.

Prazer, como poesias e canções
Em meus ouvidos,
É assim, meu doce preferido
Seus beijos, seus olhos...
Minha vida.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

De braços abertos, corre e vive.

Ele corria, corria. Nem ele mesmo sabia como tinha fôlego pra tanto. Apenas queria distanciar-se de tudo. Não conseguia mais viver de uma forma que ele não escolheu. Quis ser livre pra ver tudo o que queria, pra ser tudo o que sonhou. E tudo começou assim:
Solitário ele não precisava de muito. Suas roupas já esgarçadas, seu tênis que não tinha mais solas, algum dinheiro no bolso apenas pra comida, disposição e o principal: LIBERDADE.
Celular ele queimou, o carro e a moto nem ele mais sabe onde estão. Jogou tudo o que conseguiu até hoje para o ar. Cansou-se do marasmo, se cansou da rotina, maldita rotina. Quis surpreender a si mesmo quando decidiu viajar apenas com suas roupas e o pouco dinheiro. Para os amigos e família ele só disse: “Até logo, irei seguir meu caminho e talvez um dia eu volte”. Ele, simples e desajeitado foi pedindo carona para qualquer lugar. Sua cabeça se focava apenas em experiências novas e alucinantes. Nas noites escuras e frias ele precisava apenas de uma caneta e qualquer pedaço de papel. Dizia ele que as palavras tinham poder. Passava tempos e as pessoas sentiam falta dele e ele a única falta que sentia era de uma boa cama, nada mais. Ele dormia em albergues baratos, às vezes na barraca de lona... Sem contar nas noites que passou viajando nas carrocerias dos caminhões. Nunca havia se sentido tão completo, ele agora vivia como queria, falava sozinho, corria e algumas vezes ele arrumava bicos em fazendas, tudo pela experiência. Ele queria viver ao contrário dos jovens da idade dele que só queria baderna. Ele queria é ter uma vida repleta de emoções verdadeiras, e deixou coisas passageiras de lado apenas para viver assim, sem rumo e feliz.
Em seu diário, que mais parecia um caderno de rascunho de tantos rabiscos e desenhos, ele escrevia todos os dias, sem compromisso, sem enfeites, sem querer relatar isso a alguém. Palavras ecoavam em sua cabeça, na ponta da caneta eram transformadas, em uma passagem ele disse: “Existem coisas na nossa vida que sabemos apenas quando passamos por momentos ruins, momentos em que você desejava apenas um banho quente ou aquele carinho da pessoa que gosta e não tem nada disso, momentos que guardam magoas e desprezo pela mísera vida. Não acredito mais em tudo o que vejo. Quero vida de verdade, quero correr, correr, viver, ser feliz... Cantar sem ninguém me julgando, brincar, pular e conversar a qualquer hora da madrugada. Minha vida sempre foi cheia de compromissos, horários e tudo mais. Eu vejo em mim muito mais do que qualquer coisa que eu vejo nos carros e roupas importados, vejo um sonho, uma vida... Vejo um calor imenso de sabedoria que eu ainda estou atrás. Vejo em mim o que eu gostaria de ver em todos. Quero um pouco de loucura pra transformar minhas razões e quero razões para ter mais loucura. Quero uma cabana numa ilha, uma água, quero sol e ar. Não preciso de muito, quero sorrir para mim mesmo. A saudade bate, a dor da ausência é forte. A razão de estar saindo daquele senso comum de ter uma casa na melhor avenida ou ter aquele carro do ano, não é pra ser diferente, é estilo de vida, é meu estilo. A vida na sociedade é cheia de regras e a minha regra é ser feliz. Eu quero correr... Correr...” Graças a esse delírio repentino de sair do até então seu “mundinho sem sal nem açúcar” ele deixou mais uma mensagem no seu diário: “Que bom se todos ouvissem minhas felicidades por aí. Eu estou feliz, a saudade bate... Mas não posso voltar agora. Vivo aos olhos da lua, e na lua eu vejo que o amor que eu desejo é o amor de me amar. E por enquanto eu estou me amando, amo todos os outros também, mas eu me quero nesse momento... Um dia eu volto, claro. Mas por enquanto eu corro e corro.” Enquanto o mundo quer salvar o planeta ele quer seu universo, todo dele, que ninguém mais pode ter. Ele volta claro... Mas ele corre... E corre.

Doce Sedução.

Seu corpo junto ao meu,
arrepios, sonhos e desejos.
Seu cheiro que não sai dos meus pensamentos,

eu sonho essa eterna realidade,
eu quero essa real eternidade.

Sua pele junto a minha,
arrepios.

Seus lábios sombrios,
seu rosto esboçado na escuridão,
arrepios.

Seus olhos que na infinita noite
ainda brilham,
são como chamas.

Aquecem meus sonhos reais,
nessa louca brisa noturna,
me abrace sempre
nesse oportuno amor fervoroso.

Felicidade,
pois viver essa doce sedução
é meu sonho mais real.

domingo, 9 de agosto de 2009

Segredos Lacrimejados da Madrugada.

Resistindo ao tempo, pensando, correndo...
Você quer ser diferente, mas sua mente não deixa. Você quer aparecer e crescer, mas desenvolvimento em você não existe. Você tentar deixar impressão, você sonha ser notado... Você não passa de um coitado. No fervor do dia, em cima da cabeça de todos. Não aos olhos, mas aos sentimentos. Seu gosto de chuva acida descendo pela garganta é nostálgico. O desprezo causado por todos que o percebem é enorme. Sua mísera matéria psicológica não causa efeito. Triste e verminoso. Não pertence a raça nenhuma, parece que não conhece o mundo. Leva a sério apenas futilidades. Deixe de lado ao menos um dia seus medicamentos frutíferos. Pense ao menos um dia em tudo o que você causa, ou tenta causar. Você não foi fecundado por gênio algum, você não gera desconforto quando dorme.
Você não merece mais um minuto de minhas palavras, e os leitores não mereciam ter lido isso.
Tente não nos incomodar mais e adeus, Olhos Lacrimejados.

sábado, 8 de agosto de 2009

Nos sonhos, debutante.

Não quero nem saber quem sou,
se sou.

Não quero amor,
nem dor.
Agonizante paixão,
não me ordena...
Não me condena.

Café e papel,
caneta,
carrossel e... céu.

Só palavras doces,
para adocicar os dias de sua ausência.
Dias vazios, de sábias poesias,
jogadas ao vento, ao esquecimento.

Não sinto seu sorriso,
oportuno sorriso,
simples e singelo,

deslumbrante, morena debutante.
Como o cometa,
passageiro...

Como o cometa,
inesquecível.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Memória em Desalento.

Ruídos, todos incomodam
na cadeira, no canto da sala,

observando você,
nas fotos, é claro,
amor.

O bater das asas do pássaro verde
estremeceu todo meu corpo,
como se fosse mágica,

ânsia para que chegue a chuva
aliviando a dor da ausência,

um livro,

tristonho e objetivo.
Consciência dolorida e,
sonho...

porque não fui contigo?

Triste desatino,
seus lábios doces
não estão juntos aos meus,

triste desencontro.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dores, Receios e Prisões.

Uma gota no meu ombro, enfim... Chuva.
Uma lágrima no meu rosto...
Uma saudade no peito...
E um frio na barriga, enfim... Amor.

Chuva no parque abotoando saudades.
Saudades no peito amontoando amores.
Não vivo um dia a mais com essa dor.
Sem você aqui, tudo é escuro como a nuvem pesada de lágrimas.
Morde o dedo, aperte os dentes. Força, feche os olhos e sonhe.
Não volte ao recinto coberto de teto colorido.

Sonhei, acordei... Sem você aqui eu enlouqueci, enlouqueci...
A cor do céu escuro com você me abraçando é lindo.
O céu com cor azul sem você aqui é triste.
Arco-iris, nuvens, flautas...
Caminhos, destinos, frutas e arvores.
Você, eu, amor e eternidade.
Não quero mais do que isso.
Mas essa saudade dói... Dói.
Esse tempo sem você é rude.
Não há mais quem me segure nessa prisão interior.
Nem receios e nem dor.
Estou indo, meu amor. Me espere no portão.
Me beije e nunca mais me largue.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Entediante Noite Silenciosa.

Sentindo nostalgia da noite. Não sei... Cansado talvez.
Morto, dilacerado pelas bombas de meu coração e minha cabeça. Essa inquietude que de mim toma conta está apodrecendo a minha, já pouca, energia.
A melodia que está em meus ouvidos essa noite, não tem pé nem cabeça, me confunde, me correi... Mata-me.
Não preciso de lágrimas para lubrificar a minha mente. Preciso de palavras pra acalmar meus pensamentos. Quero mudar, ser apenas um peso não significa nada...
Estou cansado de “querer fazer”, eu vou fazer... Estive pensando em meus diversos desejos... Talvez o maior de todos seja o de ser útil.
Sou o maior usuário dos meus pensamentos e serei o eterno refém dos meus receios.
Não quero ser notado, nem taxado, não quero crescer e nem parar no tempo. As minhas gavetas abarrotadas já não marcam a hora do meu recreio e minha lancheira embaixo da cama já cheira a mofo. O travesseiro sem mancha de baba denuncia a minha falta de sono.
Pra falar a verdade já não quero mais dormir para me acostumar com a inquietude. Quero prosseguir daqui, do topo desta montanha, abrindo os braços para sentir um pouco do que os pássaros sentem assim eu descobri o quão nós, meros seres humanos, somos.
Receio que o mundo precise mais de pássaros do que de humanos.
Mas mesmo assim não deixarei de sonhar... Não deixarei de me encantar... Nem de sorrir, chorar e cantar. Meu canto, seu sei que não é digno de admiração. Meu canto é apenas uma libertação da rotina silenciosa.
Silêncio que encanta e mata. Silêncio da sabedoria e da ignorância, do desprezo e do apresso...
Mas tudo têm silêncios. E meu silêncio de pausa agora... ETERNO.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Seu descaso, seu fracasso.

Triste é olhar na hora de deitar aquela cama vazia, sem você pra eu abraçar e beijar. Eu sou muito mais feliz quando com você eu posso contar. Eu sou mais feliz quando você está perto. E quando eu amo, eu amo de verdade. Daria aqui pra escrever um livro se eu fosse colocar aqui no papel tudo o que você me fez sentir. Todos os dias eu ainda digo “boa noite, meu bebê”. A resposta? Vácuo total. Sem você nem o céu é azul.

Por onde eu fui e passei sempre existiu você, existiu... passou. Adeus.

Eu acordo todos os dias, tento te ver mais só vejo a cama desarrumada e como sempre você não está lá. Isso me dá força para que cada dia a intensidade do meu “boa noite” seja menor, e você eu estou esquecendo, JURO. Confesso que poderia até lutar por você, mas me deixar assim bem no ápice do meu amor foi a pior dor que eu já senti nesses meus 20 anos de vida. Você me pediu sossego e eu te dei. Sofri, chorei... Mas não perderei mais tempo e trancarei a porta, pois cansei de suas mentiras e injúrias.

O sofrimento que você me causou, meu bem, pode me acompanhar todos os dias e ainda posso olhar e sentir a sua falta na minha cama, mas não precipitarei indo atrás de você. Dei um basta nesse amor inútil. As luzes da minha vida não são mais clareadas por você e o holofote do meu coração desvia quando te vê.

O silêncio de sua ausência me faz mal e por isso hoje prefiro o ruído do telefone mudo a sua voz. Sonhei um dia em roubar você pra mim, mas não perderei um minuto com planos pra te ter, e, quando você precisar de um amor de verdade só dê uma folheada em algumas páginas anteriores de tua vida e vai ver que o amor que eu te dei não era medíocre como você disse no nosso adeus. E aposto que quando perceber isso eu já serei feliz e você não vai passar de vagas e boas lembranças de uma paixão passageira.

Por onde eu fui e passei sempre existiu você, existiu... passou. Adeus.

sábado, 1 de agosto de 2009

Remetente Imaginário, Destinatário Óbvio.

Talvez, minha querida, quando você chegar a ler está carta eu não estarei mais entre nós. Mesmo assim espero que você quando terminar de ler não derrame lágrimas sofridas de saudade de seu remetente imaginário.Há anos eu venho escrevendo para você, e você lê... Entende-me... Responde-me.Não sei mais quantas cartas eu conseguirei escrever, eu já não sinto forças para levantar está pena e a tinta que da a forma a essas letras está escorrendo livre sobre meu leito. Não sei quanto tempo tenho, nem quanto tempo faz que eu exista para você. Eu sei que a minha necessidade de escrever sobre qualquer coisa para que você se sinta melhor já está se esgotando e eu não quero nem um dia a mais nesse mundo sem me sentir útil a pessoa que me fez existir.Não se culpe pelos meus devaneios psicológicos, é que muitas vezes dói ver que quem me influência não me vê. Você chora, sonha, sorri e vibra... Mas não me enxerga. E esse desprezo me causou tudo que eu disse logo acima. Estranho sentir isso, pois eu sei que não passo de imaginação fértil de uma pessoa triste na solidão das madrugadas escuras. E muitas vezes eu me sinto como a ponte de equilíbrio entre você e seu coração. Para lhe escrever está que é talvez a ultima carta, eu precisei que tirar de mim uma coragem que nunca sonhei ter.Nessa minha saga de lutas retrativas de uma consciência problemática está cada dia mais complexo. Sem mentir para você, ou nós, sei-lá. Eu quero que saiba que meus apelos são para que você SE note mais e não se perca de seus braços assim que qualquer copo de vinho desça pelo seu gargalho. E não se arrependa por tentar não morrer de vontade de ficar nas chuvas que já não caem no inferno desse mundo. E no escuro de seus sonhos ache as respostas por suas milhares de dezenas de perguntas. E por favor, não espere recompensa em qualquer ato seu que se orgulhe, pois certamente a sua recompensa será apenas um “muito obrigado”. E não se preocupe por suas respostas que não gostei. Perdôo-te por tudo e por todos os momentos em que você quisera ver-me mentir apenas para que você pudesse sorrir, mesmo sabendo que é um sorriso ludibriado por mentiras programadas. E se ainda assim quiseres me achar procure na ponta de tua pena ou dentro de tua lata de tinta, comece a escrever e assim você terá tudo o que quer, no papel, e sem a minha ajuda. A lembrança de minha despedida eu deixo dentro do seu coração, entende-se com ele e terás o que quer. E deixo também aplausos em pé para você, pois chorei ao decidir deixá-la, isto é a prova de que você foi muito mais do que trocas de palavras. Cuide-se bem, Razão. Até logo.