segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Seres.

Sinto falta de tantas coisas que nem sei mais quais são essas coisas. Morreu tudo o que era, o que foi e o que não volta mais. Uma pontada no peito, forte e aguda, vem todas as vezes que tento lembrar do mês passado para trás. Nós, os homens, fomos domesticados por que desejamos isso, nós somos o que tentamos mostrar não ser. Um ponto final é infinitamente mais fácil do que um ponto e vírgula. Hoje estende-se apenas o desnecessário, do papo de balcão ao futebol de botão, sem dor, sem pensar. Assim é mais fácil, assim será!
Um quarto com doze portas, cada uma com uma história, sua vida passando ali, seus anseios, seios, luas, cães, tiros, chuvas... parar pra pensar cansa e faz perder-se no tempo, nas horas que passam e não passam. Já parou e percebeu como esse ano voou e ao mesmo tempo ainda está na metade. Só falta cantar no chuveiro e deixa escorrer uma lágrima que surgiu do sabão no olho, assim será mais um dia. Uma vida comum, um sorriso comum. Essa falta de intensidade incomoda demais, essa paralisia mental, esses reflexos do ócio que nem é tanto assim.
Sinto falta do que ainda não passou, mas que me mata de saudade. Essa nostalgia criada a partir de uma vontade é uma faca de dois gumes.

Nem a dor mais doída
Daquela ferida
Preenche o vazio
Criado do nada
Duas almas tão claras
Serenas e fracas
Assim somos os seres
Que amamos juntos

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