segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Intrigante Medéia

Esse drama de Eurípedes que narra a trágica história de Medéia é poético e trás para os dias de hoje discussões sobre valores humanos e sentimentos que afloram na hora dos acontecidos. Uma fascinante personagem da mitologia grega nasceu nesse livro.
Como não se deixar levar por essa tragédia? Uma traição que arrastou famílias e que transformou uma feiticeira, que havia ajudado seu amado, numa terrível mulher que mata seus próprios filhos por vingança. Esse sentimento profundo e contraditório marca a paixão como principal fonte raiva em nós. Ao agirmos passionalmente deixamos de lado qualquer ética imposta pela cultura ou educação. A paixão deixa cego o ser, assim acendendo o monstro que existe em nós. Quantas vezes não vemos na TV notícias de algumas Medéia que por uma paixão destrói uma família e choca uma sociedade.
Matar os filhos, a nova esposa e se matar seriam a melhor maneira de atingir Jasão. Esse é um sentimento comum. Quantas vezes, ao invés de tentarmos uma nova vida e uma nova felicidade para gente, não vamos e tentamos destruir aquilo que outrem construiu? O ser-humano tem instinto animal, fareja as fraquezas dos outros e não consegue enxergar que a fragilidade está dentro de nós. Essa fraqueza demonstrada se chama possessão e essa possessão leva o ser a agir dessa maneira.
A paixão tem dois momentos: o bom leva a pessoa ao ápice da alegria, tornando-a feliz e realizada; o lado mau leva qualquer pessoa desequilibrada à ações como a dessa história. A paixão + possessão é uma mistura perigosa que quando não há correspondência deixa uma alma dilacerada a ponto dessas loucuras. Medéia, fascinante e terrível.

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