sábado, 1 de agosto de 2009

Remetente Imaginário, Destinatário Óbvio.

Talvez, minha querida, quando você chegar a ler está carta eu não estarei mais entre nós. Mesmo assim espero que você quando terminar de ler não derrame lágrimas sofridas de saudade de seu remetente imaginário.Há anos eu venho escrevendo para você, e você lê... Entende-me... Responde-me.Não sei mais quantas cartas eu conseguirei escrever, eu já não sinto forças para levantar está pena e a tinta que da a forma a essas letras está escorrendo livre sobre meu leito. Não sei quanto tempo tenho, nem quanto tempo faz que eu exista para você. Eu sei que a minha necessidade de escrever sobre qualquer coisa para que você se sinta melhor já está se esgotando e eu não quero nem um dia a mais nesse mundo sem me sentir útil a pessoa que me fez existir.Não se culpe pelos meus devaneios psicológicos, é que muitas vezes dói ver que quem me influência não me vê. Você chora, sonha, sorri e vibra... Mas não me enxerga. E esse desprezo me causou tudo que eu disse logo acima. Estranho sentir isso, pois eu sei que não passo de imaginação fértil de uma pessoa triste na solidão das madrugadas escuras. E muitas vezes eu me sinto como a ponte de equilíbrio entre você e seu coração. Para lhe escrever está que é talvez a ultima carta, eu precisei que tirar de mim uma coragem que nunca sonhei ter.Nessa minha saga de lutas retrativas de uma consciência problemática está cada dia mais complexo. Sem mentir para você, ou nós, sei-lá. Eu quero que saiba que meus apelos são para que você SE note mais e não se perca de seus braços assim que qualquer copo de vinho desça pelo seu gargalho. E não se arrependa por tentar não morrer de vontade de ficar nas chuvas que já não caem no inferno desse mundo. E no escuro de seus sonhos ache as respostas por suas milhares de dezenas de perguntas. E por favor, não espere recompensa em qualquer ato seu que se orgulhe, pois certamente a sua recompensa será apenas um “muito obrigado”. E não se preocupe por suas respostas que não gostei. Perdôo-te por tudo e por todos os momentos em que você quisera ver-me mentir apenas para que você pudesse sorrir, mesmo sabendo que é um sorriso ludibriado por mentiras programadas. E se ainda assim quiseres me achar procure na ponta de tua pena ou dentro de tua lata de tinta, comece a escrever e assim você terá tudo o que quer, no papel, e sem a minha ajuda. A lembrança de minha despedida eu deixo dentro do seu coração, entende-se com ele e terás o que quer. E deixo também aplausos em pé para você, pois chorei ao decidir deixá-la, isto é a prova de que você foi muito mais do que trocas de palavras. Cuide-se bem, Razão. Até logo.

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